Pq as
pessoas estão se deprimindo mais hoje que há décadas atrás?
Hj temos
tecnologia, temos acesso a conforto, transporte, saúde; mais acesso a remédios, a recreação e a
liberdade. Temos muito mais que nossos avós e bisavós tinham, e que, segundo o que sabemos
não se ouvia falar muito em “depressão”.
Na
época dos nossos avós o dia era muito curto
para se pensar em “besteiras”, se alguém estava triste eles vinham ou com uma “chinelada”
para fazer os filhos deixarem de “firula” (preguiça), ou vinham com uma inchada para ir a roça ou
capinar a frente da casa que o “capim já tinha comido a calçada”, ou então, se a
tristeza era realmente perceptível e séria eles paravam todo o trabalho e nos
chamavam pra conversar, e nunca ninguém
morreu por isso, ou, nunca ninguém enlouqueceu por isso ou ficou o resto da
vida dependente de antidepressivos pra poder “viver” e conseguir “sorrir”...
Mas o
que está acontecendo com o mundo? Pq tantas pessoas estão indo a médicos e estão
“sofrendo de depressão”? Há algo de errado. Contudo, se pudéssemos perguntar
aos nossos avós qual o remédio para a tristeza,
o que eles nos diriam? Se pudéssemos
perguntar à nossa vovozinha se ela teria algum remedinho para curar a
tristeza o que será que ela nos falaria? Talvez
ela chegasse perto de nós vendo nossos olhinhos cheios de lágrimas e
tristeza nos diria: “calma ai meu netinho tenho um chazinho pra você”, e nos
convidaria para irmos ao quintal, e ela juntamente conosco colheria algumas folhinhas
de Erva Cidreira, Camomila, ou até outra folhinha qualquer, pois o “importante
era tomarmos um chá”, e com carinho, juntamente
conosco iria preparar o chá à medida que
iríamos conversando:
-Está
tudo bem, meu netinho? O que aconteceu com você? Sua carinha não é essa que eu
sei. Conte pra vovó o que aconteceu.
-Ah,
vovó, ta tudo tão triste...
Com certeza todo o carinho iria abrir o
coração pelo menos pra gente olhar para a nossa vovó com um coração mais
massageado.
No fim de um chá acredito que as
coisas ficariam bem melhores, principalmente no exercício do chá e após isso
convidar para ir fazer algum trabalho doméstico, ou ir a escola e ter um
relacionamento humano mais positivo.
A grande questão da vida moderna é que não
há mais tempo para chás, não temos mais tempo para longas conversas, não temos
mais tempo para ouvir o outro, e muito menos tempo para ir a algum lugar pra
pegar algumas “folhinhas” de Erva
Cidreira, ou Camomila. O que temos hoje é
uma farmácia completa de antidepressivos
que quer ocupar o lugar das atitudes como a de nossas avós, ou então o lugar do
amor que era a dose ideal dos chás que
eram feitos com dedicação, amor e carinho, doses essas que um farmacêutico confunde
com gotas dos soníferos da vida.
O ser humano ainda não prendeu a grande
arte humana de ser humano, pois se não estamos dispostos a andar um pouco ou
dedicarmos um pouco para fazermos um chá, e termos uma boa conversa com alguém
que se dedica a nos amar, teremos muito tempo para dormir, dormir com as doses
daquilo que ocupa hj o lugar que deveríamos
dar a nós mesmos.
Profª e Filósofa: Sandra Sucupira.
Profª e Filósofa: Sandra Sucupira.
