PESQUISA: FILOSOFIA CLÍNICA PARA A ARQUEOLOGIA SOBRE O
HOMEM PRIMITIVO DA SERRA DA CAPIVARA
Autora: Sandra Regina
Sucupira Lima
Professora especialista em Filosofia...
RESUMO: Segundo as pesquisas
arqueológicas e históricas, desde a primitividade humana, o homem tenta se
expressar de várias formas no intuito de interagir com o outro através de linguagens que surgiam como consequências de suas buscas através das impressões e
intuições que surgiam em sua mente. Na época primitiva as interseções
aconteciam também por meio de ações representadas através de figuras rupestres, gravavam suas impressões em
grandes pedras em cavernas existentes que nos falam até hoje; cada figura, cada
desenho, cada risco, era uma representação de mundo, um entendimento, uma
mensagem; uma expressão do interior humano ora tão primitivo. Devido a estes
elementos encontrados de forma arqueológica é possível uma reconstrução da
Estruturação de Pensamento e assim traçar um perfil existencial do homem primitivo.
Palavra chave: Reconstrução
Estrutura de Pensamento do Homem primitivo
ABSTRACT: According to archaeological and
historical research, since human primitiveness. Man tries to express himself in
various ways in order to interact with each other through expressions that
arose as a consequence of their searches through impressions and intuitions
that arose in his mind. In primitive times, intersections happened also through
actions represented by rupestrian images; they recorded their impressions on
large rocks in existing caves that speak to us up to this day; every picture,
every drawing, every scratch, was a representation of the world, an
understanding, a message, an expression of the human inner part, then so
primitive. Because of these elements found in archaeological form, it is
possible to reconstruct the Thought Structuring and then, draw a existential
profile of the primitive man.
Keyword: Reconstruction of Thought Structuring of Primitive
Man
FILOSOFIA CLÍNICA PARA PESQUISAS
ARQUEOLÓGICAS SOBRE OS PRIMEIROS HOMENS
A HABITAREM NAS AMÉRICAS
1-AS
PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS.
Conforme a antropologia, as pesquisas
arqueológicas e históricas, a filosofia procura pensar o homem desde a
primitividade humana e o interpreta como um ser de expressão e representação
“Aquele que conhece todo o resto,
sem ser ele mesmo conhecido, é o sujeito. Por conseguinte, o sujeito é o
substratum do mundo, a condição invariável, sempre subentendida de todo o
fenônemo, de todo sujeito, visto que tudo o que existe, existe apenas para o
sujeito. Este sujeito, cada um o encontra em si, pelo menos enquanto conhece,
não enquanto é objeto de conhecimento. (SCHOPENHAUER
2001: 11)
Os homens primitivos identificados
pelos trabalhos arqueológicos de Niede Guidon, criaram formas e linguagens no
intuito de interagirem uns com os outros e com a natureza, que acontecia como
conseqüências de suas interações, interseções, buscas e intuições primitivas que
surgiam em suas circunstâncias.
Nesta busca do conhecimento da
origem do homem, surge no Piauí descobertas que mudaram toda a concepção que a
história formulou sobre o surgimento do homem nas Américas. Nied Guidon,
descobre no Sul do Piauí, na Serra da capivara fósseis do homem primitivo
datada de 50 a 100.000 anos (FUMDAMentos III, 96).
Fóssil de uma criança em
uma urna funerária de 30.000 anos (FUMDHAM)
Segundo os estudos do Laboratório de Estudos Evolutivos
Humanos, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de
Biociências, Universidade de São Paulo, C.P. 11461, 05422.970 São Paulo,
juntamente com a FUNDAHN, Danilo V Bernardo1, Walter A. Neve, juntamente
com a arqueóloga Nied Guidon, estudaram crânios e esqueletos encontrados na Serra da Capivara Piauí e
concluiram que tais esqueletos são típicos do
período da era glacial cerca de
1.750.000 anos a.e.m, e que no sul do
Piauí há material arqueológico que
provam formas de vida humana e social no Piauí e que tais seres humanos
viveriam nesta região (FUMDAMentos. 1985. 96), uma fogueira encontrada na parte
da “tradição nordeste”, uma divisão na
forma de estudar arqueologicamente os materiais arqueológicos
e dividir os mais de 1.000 sítios arqueológicos daquela região onde se dividem em
duas formas de pesquisas, a Nordeste e a Agreste na Serra da Capivara (GABRIELA
2008, 251-275).
A Serra da Capivara, localizada ao
Sul do Piauí, torna possível uma análise
filosófica, a partir dos achados arqueológicos que mostram o modo de
comportamento e conduta social que tais seres primitivos se organizavam, e a partir dai poderemos fazer uma análise da
forma existencial de ser desses homens que ali viveram, elaborar um perfil da Estrutura de Pensamento
de tais seres primitivos, nossos ancestrais. A Serra da Capivara é um parque
arqueológico e está localizada ao sul do
Piauí em uma área que comporta os
maiores sítios arqueológicos do continente americano, é um parque nacional
onde habita faunas e floras típicas da
região com mais de 1.000 sítios
arqueológicos
2-OS HOMENS PRIMITIVOS DA REGIÃO
SUL DO PIAUÍ
As representações, ideias, emoções e
experiências existenciais identificados nos achados arqueológicos atribuídos ao
homem primitivo encontrado na região sul do Piauí, homens ainda com poucos
conceitos ou elaboração segundo a comparação com a evolução da linguagem formal
que temos na era contemporânea, eram na
sua forma circunstancial ausentes de um conhecimento mais elaborado e de uma
linguagem mais formal que tornavam os homens primitivos singulares em seu formato
social e existencial de ser tendo assim um perfil único no que se refere ao
conhecimento seja das coisas, das expressões, impressões, representações, ou da
formação da linguagem humana, e é de importância tal que torna-se hoje, e a
cada pesquisa, uma surpresa no conhecimento deste formato singular de ser que
nos revela sempre algo novo sobre a definição de quem fomos, como éramos, o que
pensávamos, como agíamos, ou como foi
que nos desenvolvemos e nos tornamos o que somos a partir do que éramos, e que
conceitos ou linguagens formamos, ou até
noções de vida ou existência criamos a partir da formação de representação de
mundo que esses nossos antepassados criaram
e nos deram.
Segundo Nied Guidon, juntamente com pesquisadores
de vários órgãos de pesquisas científicas internacionais, dizem-nos a respeito
do homem primitivo encontrado no Sul do Piaui na serra da Capivara:
“Ainda de
acordo com a mesma fonte, o sítio apresentou como
principais características além da presença de grafismos, líticos similares aos
encontrados durante o Holoceno em Pedra Furada, restos de micro-fauna, restos
vegetais e cabelos humanos. Foram evidenciadas 10 fogueiras estruturadas. As datações variam de 0,23+/- 0,05 (LY-7481)
a 10,6+/-0,08 kyr BP(Beta-104571), com especial expressividade entre o final do
Pleistoceno e o Holoceno Médio. Apenas
um sepultamento foi aliexumado e um fragmento de carvão incrustado no calcâneo
foi datado em 9,9+/-50 kyr BP fazendo do espécime um dos mais antigos do
continente americano “. (Nied, Guidon.
FUMDHAMentos VIII 1985: 96)
Diante destas datações, as
circunstâncias, foi identificado tentativas do homem primitivo em
desenvolvimento, a elaboração de formas de linguagens, algumas desconhecidas até hoje, formas estas que
mostram uma evolução do conhecimento, nas representações, na linguagem
humana. Como atingimos este modo de nos
identificar como seres humanos? O que sentimos, pensamos, interagimos e
construímos existencialmente nestes períodos que o homem vivia primitivamente?
Por que hoje pensamos da forma como pensamos e que herança trazemos em relação
a conceitos das coisas com o fim de serem suficientes para interação e conhecimento mútuo das coisas, da existência, dos grupos
humanos, de nós mesmo e alcançarmos um
conhecimento mais profundo das representações e linguagem humana? Porém em meio a tantas maneiras, modos de ser e
expressão de cada um, a humanidade que se descobre ao longo do tempo está a cada dia se aperfeiçoando ainda nesta direção:
o de conhecer, conhecer-se e comunicar o
conhecimento, interagir através da linguagem e representações de mundo.
03- A REGIÃO SUL DO PIAUÍ
A região sul do Piauí, que faz divisa com mais três estados brasileiros
é um campo aberto para pesquisas filosóficas
com o uso dos métodos da
Filosofia Clínica criada pelo filósofo Lúcio Packter, para que se busque conhecer de forma
existencial a história dos primeiros habitantes das Américas e poder contribuir
com esta parte na construção da
identidade humana.
“Nos tantos sítios
arqueológicos do Parque nacional da Serra da Capivara, foram feitas preciosas
descobertas sobre a presença humana em terras brasileiras. Embora ainda em
processo de estudos e descobertas, os pesquisadores ja podem afirmar que: “As
primeiras populações que haviam chegado a região, por volta de 50.000 anos,
colonizaram-na, adaptaram- sua economia e vida social às condições ambientais locais e conseguiram explorar, com
sucesso, todos os ecossitemas da região do parque nacional. A partir de
12.000-10.000 anos, os grupos humanos encontrados ja mostram que há diversas
culturas diferentes devidindo o espaço e que populações são bem mais numerodas
que no início”. (KOURYH, 24)
A aventura humana em seus
primeirois passos em continente americano, o homem primitivo esteve no Piaui
muito antes que qualquer data descrita na arqueologia moderna. Antes de Nied
Guidon apontava-se para os EUA com indicação de 12.000 anos e agora
reconhecido internacionalmente é
encontrado vestígios de 50 a 1000.00 anos os tesouros arqueológicos do sul do Piauí a epopéia humana registrada em
pedras milenares das Serras da Capivara
04- A FILOSOFIA CLÍNICA E A ARQUEOLOGIA
O estudo sobre as formas existenciais
de ser do homem primitivo e seu modo de ser, sua linguagem ou o surgimento dela
é uma pesquisa nova no campo da investigação sobre o homem e suas origens, pois
a ciência ainda trilha o caminho da busca por vestígios do homem primitivo, da
mesma forma a construção do homem de forma filosófica afim de ser conhecido
estes nossos antepassados, a Filosofia Clínica entra neste caminho do conhecimento humano não de forma
terapêutica e sim de construção de um perfil de Estrutura de Pensamento do
homem primitivo e a partir daí um enraizamento de fatos ciscunstanciais de sua
historia, ou se possível historicidade formalizada através de uma reconstrução
de dados da historicidade a partir de uma pesquisa a respeito do conhecimento do homem
primitivo usando os métodos filosóficos
numa tentativa da construção do perfil de uma Estrutura de Pensamento do homem
primitivo.
Na época primitiva, segundo a
arqueologia, as interseções e comunicação aconteciam, também, por meio de ações
representadas através de figuras rupestres
(GUIDON. 1985: 97), os homens primitivos
que viviam na serra da capivara, ao sul do Piauí gravavam suas impressões e
representações de seu cotidiano utilizando formatos primitivos em grandes pedras
em cavernas ali existentes e que nos
falam até hoje; cada figura, cada desenho, cada risco, era uma representação de
mundo, um entendimento, uma mensagem; uma
expressão do interior humano ora tão primitivo em seus
primeiros passos na formação da linguagem formal; cada figura mais inusitadas que a outra que traz a nós uma forma singular da vida do homem que desejava exprimir-se
por meio daqueles formatos.
A reconstrução, procedimento
filosófico da Filosofia Clínica usado para “resgatar lembranças que se
perderam, para refazer caminhos existenciais” (PACKTER, 1997. 22) torna-se uma
ferramenta para a construção do perfil da Estrutura de Pensamento do homem
primitivo, como diz Lúcio Packter “a reconstrução
é feita criteriosamente e com objetivos clínicos bem delineados. As perguntas e
as colocações do filósofo levam em conta dados estruturais dinâmicos e
complexos” (PACKTER, 1997: 22). As
primeiras figuras com mensagens da mente humana, sem palavras, somente figuras,
“riscos” que o homem primitivo tentava exprimir suas representações e
cotidianeidade; postes que tinham por objetivo ser uma ferramenta de expressão para
seus companheiros contemporâneos a eles, ou alguém que, em um futuro distante, os
compreendessem, hoje nos é uma ferramenta de construção da forma existencial de
ser destes homens primitivos que hoje podem interagir conosco, mesmo em tempo
cronológico tão distante, porém poderá ser bem próximo dentro da tentativa de reconstrução que possibilitará conhecer o modo
primitivo de ser e assim podermos entender
melhor como fomos construídos, humanos.
05-AS POSSIBILIDADES DA FILOSOFIA CLÍNICA NO
CONHECIMENTO DO PERFIL DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO DO HOMEM PRIMITIVO
Será possível uma construção da Estrutura
de pensamento do homem primitivo com todos os tópicos da Estrutura de
Pensamento? Como fenomenologicamente o mundo lhe parecia? O que ele achava de
si mesmo? Como funcionava o sensorial e o abstrato, ou como isso se movimentava
dentro da Estrutura de Pensamento? Como eram as emoções, pré-juizos (..) as
buscas as paixões dominantes, a espacialidade e todos os 30 tópicos da
Estrutura de Pensamento, se possível for, e assim traçar um perfil desta
Estrutura de Pensamento do homem primitivo?
Os exames categoriais, que são “exames iniciais, consistem em conhecer o
universo da pessoa a qual está inserido (PACKTER. 2005: 12). Reconstruídos com
base nos achados arqueológicos, a Estrutura de Pensamento “nos fornece o modo como essa pessoa se
estruturou a partir das vivências de seu universo” (PACKTER 2005: 12), é uma composições de 30 tópicos que interagem
entre si mostrando assim como a pessoa se molda existencialmente, que possibilita a compreensão do modo de ser de
uma pessoa
2.1-Tópicos
da Estrutura de Pensamento
1- Como o
Mundo Parece (fenomenologia);
2- O que
Acha de Si mesmo;
3- Sensorial
e Abstrato;
4- Emoções
5-
Pré-juízos
6- Termos
Agendados do Intelecto;
7- Termos:
Universal, Particular, Singular
8- Termos:
Universal & Equívocos;
9- Discurso:
Completo & Incompleto;
10- Estruturação de
Raciocínio;
11- Busca;
12- Paixões Dominantes;
13- Comportamento &
Função;
14- Espacialidade: Inversão
Recíproca de Inversão
Deslocamento Curto
Deslocamento Longo
15- Semiosi;
16- Significado;
17- Padrão & Armadilha
Conceitual;
18- Axiologia;
19- Tópico de Singularidade
Existencial;
20- Epistemologia;
21- Expressividade;
22- Papel Existencial;
23- Ação;
24- Hipótese;
25- Experimentação;
26- Princípio de Verdade;
27- Análise de Estrutura;
28- Intersecções de Estruturas
de Pensamento;
29- Dados de Matemática
Simbólica;
30- Autogenia.
Dentro ainda desta pesquisa científica
filosófica clínica, poderemos estudar o homem primitivo que além de ter deixado
fragmentos arqueológicos que nos fornece elementos para a construção da
Estrutura de Pensamento, deixou também ao longo dos milênios elementos formais para que saibamos alguns de seus submodos: as
figuras rupestres, restos de fraguimentos
e objetos ao longo dos milênios que nos
falam a forma como agiam. Os Submodos
“são as maneiras como informalmente a pessoa exercita aquilo que está nela”
(PACKTER, 1997: 49), e alguns elementos que nos revelam formas de submodos
foram nos deixados pelos homens primitivos através de fragmentos arqueológicos
na serra da Capivara e poderemos
utilizar para detectar esta forma de agir da primitividade humana e identificar
os formas de agir que
informalmente eram utilizados por eles.
1 Tábua de Submodos criados por Lúcio
Packter
1- Em Direção ao Termo
Singular
2-
Em Direção ao Termo Universal
3- Em Direção às
Sensações
4-
Em Direção às Idéias Complexas
5- Esquema Resolutivo
6-
Em Direção ao Desfecho
7- Inversão
8- Recíproca de
Inversão
9-
Divisão
10- Argumentação Derivada
11- Atalho
12- Busca
13- Deslocamento Curto
14- Deslocamento Longo
15Adição 16-Roteirizar
17- Percepcionar
18- Esteticidade
19- Tradução
20-
Informação Dirigida
21- Informação Dirigida
22- Vice-Conceito
23- Intuição
24- Retroação
25-Intencionalidade Dirigida
26-Axiologia
27Autogenia 28- Espistemologia
29-
Reconstrução
30-
Análise Indireta: Função
Ação
Hipótese
Experimentação
31- Expressividade
32- Princípios de Verdade
Com um trabalho de pesquisa utilizando as
formas e métodos da Filosofia Clínica é possivel, junto com o trabalho
arqueológico feito na região sul do Piaui, nas serras, sítios e parques da
Serra da Capivara onde está localizada os elementos arqueológicos mais antigos
das américas sobre o homem americano é possivel o conhecimento sobre a forma existencial do homem primitivo,
construir o perfil da Estrutura de Pensamento do homem primitivo americano. Um
dos primeiros elementos arqueológicos que pode-se usar para esta construção
deste perfil, são as figuras rupestres, e objetos de achados arqueológicos.
O6-EXEMPLO DA POSSIBILIDADE DA CONSTRUÇÃO
DO PERFIL DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO DO HOMEM PRIMITIVO DAS AMÉRICAS
Pesquisas sobre o perfil da Estrutura
de Pensamento do homem primitivo da serra da Capivara Piauí.
Tópico 4 Emoções:
Fig- 01
Esta figura rupestre da tradição
nordeste (GUIDON, 1985: 97) onde nesta tradição o homem primitivo exprimia suas
impressões desenhando pessoas: homens, mulheres e crianças; plantas, animais e
seu cotidiano (IPHAM, 1999. 05) mostra um dos primeiros beijos da história da
humanidade grafados em figuras rupestres, como uma das formas expressão emocional na
linguagem do mundo primitivo, uma característica nordeste da Serra da Capivara,
é possível identificar de que tradição esta figura pertence e consequentemente
o costume e tradição daquela parte do povo primitivo. Filosoficamente
podemos investigar sobre as ações e acontecimentos diários dos homens
primitivos a partir da reconstrução da historicidade do homem primitivo, a historicidade
que “é o modo de ser do mundo histórico
ou de qualquer realidade histórica” (PACKTER, cadernos). Utilizando as figuras
rupestres para uma interpretação e representação desta historicidade primitiva
será partir daí a possibilidade do conhecimento da historicidade e construção
do perfil da Estrutura de Pensamento do
homem primitivo.
Segundo informações
arqueológicas da tradição nordeste da serra da capivara, o homem primitivo, até
partir para uma outra área do parque arqueológico em busca de sobrevivência por
causa de sua maneira nômade de ser, numa grande epopéia humana, as figuras rupestres talvez seja uma das
primeiras manifestações da linguagem humana escrita em forma de desenho a respeito da emoção amorosa humana grafada da humanidade. O homem primitivo na tradição
nordeste, desenhava seus rituais amorosos em pedras e cavernas, suas interseções
com o outro, cenas de sexo, parto, caça; uma representação singular daquilo que
o homem primitivo sentia de forma a fazer parte de sua representação mental em
relação ás emoções e as interseções com o outro ou as coisas, as Interseções de
EPs que é a relação entre os tópicos da EP. Esta figura rupestre do beijo, não distingue
se é um relacionamento entre pessoas de sexos diferentes ou do mesmo sexo,
apenas o beijo na sua manifestação lingüística mais singular da primitividade
humana.
Fig-02
Esta segunda figura representa a cena
do parto, e cópula sexual. (FUNDHAM 2010)
Fig-03
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/inscricoes_rupestres.htm
Segundo as pesquisas arqueológicas
esta figura representa visão do homem primitivo, a interseção harmoniosa entre os filhotes e a
percepção, ou representação do homem primitivo. Dentro de uma aceitação entre os animais interpreta-se uma Interseção
Positiva “É aquela que é subjetivamente aprazível às pessoas envolvidas” (PACKTER 1997, 24) no caso, pessoas e animais; entre os
animais e a percepção desta harmonia representada pelo homem primitivo que .mostra
uma visão positiva emotiva subjetivamente familiar entre o homem e os animais (KOURYH, 2008. 25), tal qual o homem com seus filhos. Segundo Nied
Guidon o homem primitivo tinha um respeito pelos animais como parte da natureza
um convívio amigável habitando todos num mesmo local e dividindo as mesmas
circunstancias de sobrevivência. Diz Nied Guidon em uma carta para o homem do
futuro:
“No início, todos os Homens viviam como
caçadores-coletores. Para adquirir conhecimento e conviver com as outras
espécies da natureza, para sobreviver com os parcos recursos biológicos que
tinham, esses Homens necessitavam de grande coesão social. O saber era passado
dos adultos para os jovens, igualmente. Sabiam que não podiam ter proles
numerosas porque, ao contrário dos outros animais, o filhote humano levava anos
para aprender e ser capaz de sobreviver só. Todos executavam todas as tarefas,
todos eram iguais. Os chefes comandavam com base em sua força física, que, como
todos os recursos biológicos, nasce, atinge seu apogeu e definha. Assim, um
chefe exercia seu poder durante um tempo limitado, até que um outro membro da
tribo, mais jovem, mais forte, o suplantava. Os Homens temiam a natureza,
reconheciam seu poder, um poder que, para eles, emanava de entidades
sobrenaturais. E essas entidades sobrenaturais comandavam as águas, os ventos,
o fogo, os astros. Seres que viviam por sua conta e cuja passagem pela vida dos
Homens era eventual. Os espíritos!” (GUIDON, carta ao homem do futuro)
Fig4
Estas
figuras, a seguir mostram rituais de dança do homem primitivo, exprimindo
emoções e modo de ser do relacionamento humano com expressões de emoções
através da dança segundo referências do contexto cultural e social da época
primitriva
Fig 05:
Festa do homem primitivo na Serra da Capivara
http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp
Fig-06
Caçada da onça
Tópico 10- Estruturação de Raciocínio
Fig-07
http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp
Neste tópico identificamos um
raciocínio estruturado que segundo Lúcio Packter é “feito de juízos onde o
antecedente apoia a lógica subsequente”. Nesta figura o homem primitivo, em
grupo, elabora a caçada da onça
(FUMDHAM), sem uma lingagem formal conhecida na contemporaneidade percebe-se
uma estruturação de raciocinio coletivo entre o grupo primitivo,
06-CONCLUSÃO
Construir o perfil do homem
primitivo encontrado nas serras do sul do Piauí a partir dos achados
arqueológicos é um trabalho que sua conclusão está longe de acontecer, pois um mundo possibilidades e de pesquisas e
evolução deste conhecimento está em desenvolvimento e descoberta, porém a
possibilidade deste conhecimento tornar-se um marco e uma construção de uma
nova visão sobre o desenvolvimento e conhecimento humano é algo que com
certeza influenciará nossa forma de ver
o homem hoje. Não é possível, neste trabalho expor todo o conhecimento que esta
pesquisa favorece, porém é uma forma de demonstrar a possibilidade de uma
construção do conhecimento do perfil da Estrutura de Pensamento do homem
primitivo,e assim passarmos a nos conhecer melhor como homens com uma linguagem
formal, expressão e representatividade de mundo singularmente desenvolvida a
partir dos homens primitivos, singular
ao seu tempo.
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USP, 2007, V. 50 N° 1
RELATÓRIO, curso
de Geomorfologia, Climatologia, Pedologia e
Biogeografia, conforme as exigências dos Componentes Curriculares do curso de
Licenciatura em Geografia. “os relatos da visita técnica realizada para
a Serra da Capivara-PI, ocorrida de 02 a 07 de Maio de 2013”. IFPE, Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco- IFPE – Campus Recife.
GUIDON, “Vidas a descobrir”, disponível em:
GABRIELA, Maria. Pré História do Nordeste do Brasil/
Gabriela Martin: Prefácio de Niéde Guidon. – 5. – Recife: Ed Universitária da
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