segunda-feira, 15 de setembro de 2014

MUDANÇA


      Mudança 

Vou tirar meu tênis, minhas meias, meu jeans. 
Vou pensar no ideal feito irreal
de personagem "Leila Dinis".
Vou prender meus cabelos com fita,
Feito menina rica,
Vou empinar meu nariz.

Vou vestir meu vestido de sonhos, 

Com estrelinhas brilhantes,
Azul será meu vestido, 
De modelo bonito,
Vou usar lindos turbantes.

Vou falar bonito!
Vou ficar quietinha,
Vou sorrir simpática,
Vou parecer sinhazinha.

Vou calar meu eu... 

Silêncio dentro de mim!
Esquecer o tênis, as camisetas, os ideais afins...
Esquecer minha liberdade...
E esquecer o meu Jeans

De: Sandra Sucupira






                            A dor e a guerra


Massas! 
Tropas!
Povos à forra! 

Choro,
lágrimas
E gritos à fora.

Surdos,
Mudos
E cegos em silêncio!

Dor,
E pranto...

Não vem a salvação,
Nesta ocupação,
De humanos doentes,
Seriamente,
Precisamente,
Sem mentes,
Dementes,
Sem coração
Só vazio?
Oh grande ilusão!
É devaneio! 
É violação

Essa vitória que se conquista, 
De bandeiras erguidas, com uma arma na mão



Sandra Sucupira

















sábado, 26 de julho de 2014

Voo de Ícaro




O voo 

É bom imaginar-me voando por sobre a terra com asas de ícaro... 
Ser livre seguindo um rumo ao meu interior, lá o medo não existe... 
Voando de um lado para o outro, com o vento sendo meu único amigo. 
Sem ninguém ao lado.
Só eu e as as minhas asas que voam em direção ao nada....
Ao nada... 
Ao nada....
E vou voando, voando...voando. 

Até que a liberdade me faça sumir.
Sumir...
Sumir!

E o vento de minhas asas deixa apenas o perfume espalhado por sobre a terra... 
E esse perfume fazer com que outras pessoas criem asas e comecem a voar juntas.

Todas juntas! 
E todos comecem a voar o voo da liberdade. juntas, em direção a algum lugar...
De paz...

De:Sandra Sucupira





"Deus", é o teu nome?'




DEUS...


Deus, eu não sei teu nome, “Deus”, é assim que te chamam?
Não te conheço, eu não sei nem o teu nome, “Deus”.
Eu vejo Tua grandeza, nesta criação, nesta natureza,
beleza
leveza
Vejo, e tenho medo do que vejo, “Deus”
É tremendo demais para mim, “Deus” , tenho medo!
“Deus”, eu não sei o teu nome, “Deus”, é assim que te chamam?
Alguém conhece o teu nome?
Onde moras para que eu ti visite?
Alguns dizem que te conhecem, dizem coisas, falam de Ti
Poderias tbm entre tantas coisas escolheres tbm a mim?

Estou com medo do que não sei!
Estou com medo, e nunca te falei
do meu espanto
do meu encanto
do meu pranto
Que em manso e em remanso deságuam águas profundas do medo
Estou só! 
Só, e não sei o teu nome.

(Poema de Sandra Sucupira)



domingo, 30 de março de 2014

FILOSOFIA CLÍNICA PARA A ARQUEOLOGIA DA SERRA DA CAPIVARA





PESQUISA: FILOSOFIA CLÍNICA PARA A ARQUEOLOGIA SOBRE O HOMEM PRIMITIVO DA SERRA DA CAPIVARA
  Autora: Sandra Regina Sucupira Lima
  Professora especialista em Filosofia...








RESUMO:      Segundo as pesquisas arqueológicas e históricas, desde a primitividade humana, o homem tenta se expressar de várias formas no intuito de interagir com o outro através de linguagens que surgiam como consequências de suas buscas através das impressões e intuições que surgiam em sua mente. Na época primitiva as interseções aconteciam também por meio de ações representadas através de figuras rupestres, gravavam suas impressões em grandes pedras em cavernas existentes que nos falam até hoje; cada figura, cada desenho, cada risco, era uma representação de mundo, um entendimento, uma mensagem; uma expressão do interior humano ora tão primitivo. Devido a estes elementos encontrados de forma arqueológica é possível uma reconstrução da Estruturação de Pensamento e assim traçar um perfil  existencial do homem primitivo.

Palavra chave: Reconstrução Estrutura de Pensamento do Homem primitivo

ABSTRACT:   According to archaeological and historical research, since human primitiveness. Man tries to express himself in various ways in order to interact with each other through expressions that arose as a consequence of their searches through impressions and intuitions that arose in his mind. In primitive times, intersections happened also through actions represented by rupestrian images; they recorded their impressions on large rocks in existing caves that speak to us up to this day; every picture, every drawing, every scratch, was a representation of the world, an understanding, a message, an expression of the human inner part, then so primitive. Because of these elements found in archaeological form, it is possible to reconstruct the Thought Structuring and then, draw a existential profile of the primitive man.
Keyword: Reconstruction of Thought Structuring of Primitive Man

               FILOSOFIA CLÍNICA PARA PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS SOBRE OS PRIMEIROS  HOMENS A HABITAREM NAS AMÉRICAS

1-AS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS.







             Conforme a antropologia, as pesquisas arqueológicas e históricas, a filosofia procura pensar o homem desde a primitividade humana e o interpreta como um ser de expressão e representação



           “Aquele que conhece todo o resto, sem ser ele mesmo conhecido, é o sujeito. Por conseguinte, o sujeito é o substratum do mundo, a condição invariável, sempre subentendida de todo o fenônemo, de todo sujeito, visto que tudo o que existe, existe apenas para o sujeito. Este sujeito, cada um o encontra em si, pelo menos enquanto conhece, não enquanto é objeto de conhecimento.  (SCHOPENHAUER 2001: 11)
       
           Os homens primitivos identificados pelos trabalhos arqueológicos de Niede Guidon, criaram formas e linguagens no intuito de interagirem uns com os outros e com a natureza, que acontecia como conseqüências de suas interações, interseções, buscas e intuições primitivas que surgiam em suas circunstâncias.
            Nesta busca do conhecimento da origem do homem, surge no Piauí descobertas que mudaram toda a concepção que a história formulou sobre o surgimento do homem nas Américas. Nied Guidon, descobre no Sul do Piauí, na Serra da capivara fósseis do homem primitivo datada de 50 a 100.000 anos (FUMDAMentos III, 96).




                    Fóssil de uma criança em uma urna funerária de 30.000 anos (FUMDHAM)
                Segundo os estudos  do  Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos, Departamento de Genética e Biologia Evolutiva, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, C.P. 11461, 05422.970 São Paulo, juntamente com a FUNDAHN, Danilo V Bernardo1, Walter A. Neve, juntamente com  a arqueóloga Nied Guidon,  estudaram crânios e esqueletos  encontrados na Serra da Capivara Piauí e concluiram que tais esqueletos são típicos do  período da era glacial  cerca de 1.750.000 anos a.e.m,  e que no sul do Piauí há  material arqueológico que provam  formas  de vida humana e  social no Piauí e que tais seres humanos viveriam nesta região (FUMDAMentos. 1985. 96), uma fogueira encontrada na parte da “tradição nordeste”,  uma divisão na forma de  estudar  arqueologicamente os materiais arqueológicos e dividir os mais de 1.000 sítios arqueológicos daquela região onde se dividem em duas formas de pesquisas, a Nordeste e a Agreste na Serra da Capivara (GABRIELA 2008, 251-275).
              A Serra da Capivara, localizada ao Sul do Piauí,  torna possível uma análise filosófica, a partir dos achados arqueológicos que mostram o modo de comportamento e conduta social que tais seres primitivos se organizavam,  e a partir dai poderemos fazer uma análise da forma existencial de ser desses homens que ali viveram,  elaborar um perfil da Estrutura de Pensamento de tais seres primitivos, nossos ancestrais. A Serra da Capivara é um parque arqueológico e está localizada  ao sul do Piauí em uma área que comporta  os maiores sítios arqueológicos do continente americano, é um parque nacional onde  habita faunas e floras típicas da região com  mais de 1.000 sítios arqueológicos
           
2-OS HOMENS PRIMITIVOS DA REGIÃO SUL DO PIAUÍ
         As representações, ideias, emoções e experiências existenciais identificados nos achados arqueológicos atribuídos ao homem primitivo encontrado na região sul do Piauí, homens ainda com poucos conceitos ou elaboração segundo a comparação com a evolução da linguagem formal que temos na era contemporânea, eram  na sua forma circunstancial ausentes de um conhecimento mais elaborado e de uma linguagem mais formal que tornavam os homens primitivos singulares em seu formato social e existencial de ser tendo assim um perfil único no que se refere ao conhecimento seja das coisas, das expressões, impressões, representações, ou da formação da linguagem humana, e é de importância tal que torna-se hoje, e a cada pesquisa, uma surpresa no conhecimento deste formato singular de ser que nos revela sempre algo novo sobre a definição de quem fomos, como éramos, o que pensávamos, como agíamos, ou  como foi que nos desenvolvemos e nos tornamos o que somos a partir do que éramos, e que conceitos  ou linguagens formamos, ou até noções de vida ou existência criamos a partir da formação de representação de mundo que esses nossos antepassados  criaram e nos deram. 
                                        Segundo Nied Guidon, juntamente com pesquisadores de vários órgãos de pesquisas científicas internacionais, dizem-nos a respeito do homem primitivo encontrado no Sul do Piaui na serra da Capivara:
                                      “Ainda de acordo com a mesma fonte, o sítio apresentou   como principais características além da presença de grafismos, líticos similares aos encontrados durante o Holoceno em Pedra Furada, restos de micro-fauna, restos vegetais e cabelos humanos. Foram evidenciadas 10 fogueiras estruturadas.  As datações variam de 0,23+/- 0,05 (LY-7481) a 10,6+/-0,08 kyr BP(Beta-104571), com especial expressividade entre o final do Pleistoceno e o Holoceno Médio.  Apenas um sepultamento foi aliexumado e um fragmento de carvão incrustado no calcâneo foi datado em 9,9+/-50 kyr BP fazendo do espécime um dos mais antigos do continente americano “.  (Nied, Guidon. FUMDHAMentos VIII 1985: 96)
                                     Diante destas datações, as circunstâncias, foi identificado tentativas do homem primitivo em desenvolvimento, a  elaboração de  formas de linguagens, algumas   desconhecidas até hoje, formas estas que mostram uma evolução do conhecimento, nas representações, na linguagem humana.  Como atingimos este modo de nos identificar como seres humanos? O que sentimos, pensamos, interagimos e construímos existencialmente nestes períodos que o homem vivia primitivamente? Por que hoje pensamos da forma como pensamos e que herança trazemos em relação a conceitos das coisas com o fim de serem suficientes para  interação e conhecimento  mútuo das coisas, da existência, dos grupos humanos,  de nós mesmo e alcançarmos um conhecimento mais profundo das representações e linguagem humana?  Porém em meio a tantas maneiras, modos de ser e expressão de cada um, a humanidade que se descobre ao longo do tempo está  a cada dia se aperfeiçoando ainda nesta direção: o de   conhecer, conhecer-se e comunicar o conhecimento, interagir através da linguagem e representações de mundo.

                       03- A REGIÃO SUL DO PIAUÍ
                       A região sul do Piauí, que faz divisa com mais três estados brasileiros é um campo aberto para pesquisas filosóficas  com o uso dos métodos da  Filosofia Clínica criada pelo filósofo Lúcio Packter,  para que se busque conhecer de forma existencial a história dos primeiros habitantes das Américas e poder contribuir com esta parte na construção  da identidade humana.
                        “Nos tantos sítios arqueológicos do Parque nacional da Serra da Capivara, foram feitas preciosas descobertas sobre a presença humana em terras brasileiras. Embora ainda em processo de estudos e descobertas, os pesquisadores ja podem afirmar que: “As primeiras populações que haviam chegado a região, por volta de 50.000 anos, colonizaram-na, adaptaram- sua economia e vida social às condições  ambientais locais e conseguiram explorar, com sucesso, todos os ecossitemas da região do parque nacional. A partir de 12.000-10.000 anos, os grupos humanos encontrados ja mostram que há diversas culturas diferentes devidindo o espaço e que populações são bem mais numerodas que no início”. (KOURYH, 24)

               A aventura humana em seus primeirois passos em continente americano, o homem primitivo esteve no Piaui muito antes que qualquer data descrita na arqueologia moderna. Antes de Nied Guidon apontava-se para os EUA com indicação de 12.000 anos e agora reconhecido  internacionalmente é encontrado vestígios de 50 a 1000.00 anos os tesouros arqueológicos do  sul do Piauí a epopéia humana registrada em pedras milenares das Serras da Capivara
      
  04- A FILOSOFIA CLÍNICA E A ARQUEOLOGIA
           O estudo sobre as formas existenciais de ser do homem primitivo e seu modo de ser, sua linguagem ou o surgimento dela é uma pesquisa nova no campo da investigação sobre o homem e suas origens, pois a ciência ainda trilha o caminho da busca por vestígios do homem primitivo, da mesma forma a construção do homem de forma filosófica afim de ser conhecido estes nossos antepassados, a Filosofia Clínica entra neste caminho  do conhecimento humano não de forma terapêutica e sim de construção de um perfil de Estrutura de Pensamento do homem primitivo e a partir daí um enraizamento de fatos ciscunstanciais de sua historia, ou se possível historicidade formalizada através de uma reconstrução de dados da historicidade a partir de uma  pesquisa a respeito do conhecimento do homem primitivo usando os métodos  filosóficos numa tentativa da construção do perfil de uma Estrutura de Pensamento do homem primitivo.
          Na época primitiva, segundo a arqueologia, as interseções e comunicação aconteciam, também, por meio de ações representadas através de figuras rupestres (GUIDON. 1985: 97),  os homens primitivos que viviam na serra da capivara, ao sul do Piauí gravavam suas impressões e representações de seu cotidiano utilizando formatos primitivos em grandes pedras em cavernas  ali existentes e que nos falam até hoje; cada figura, cada desenho, cada risco, era uma representação de mundo, um entendimento, uma mensagem; uma   expressão do  interior humano ora tão primitivo em seus primeiros passos na formação da linguagem formal; cada figura  mais inusitadas que a outra que  traz a nós uma forma  singular da vida do homem que desejava exprimir-se por meio daqueles formatos.
           A reconstrução, procedimento filosófico da Filosofia Clínica usado para “resgatar lembranças que se perderam, para refazer caminhos existenciais” (PACKTER, 1997. 22) torna-se uma ferramenta para a construção do perfil da Estrutura de Pensamento do homem primitivo, como diz Lúcio Packter  “a reconstrução é feita criteriosamente e com objetivos clínicos bem delineados. As perguntas e as colocações do filósofo levam em conta dados estruturais dinâmicos e complexos” (PACKTER, 1997: 22).  As primeiras figuras com mensagens da mente humana, sem palavras, somente figuras, “riscos” que o homem primitivo tentava exprimir suas representações e cotidianeidade; postes que tinham por objetivo ser uma ferramenta de expressão para seus companheiros contemporâneos a eles, ou alguém que, em um futuro distante, os compreendessem, hoje nos é uma ferramenta de construção da forma existencial de ser destes homens primitivos que hoje podem interagir conosco, mesmo em tempo cronológico tão distante, porém poderá ser bem próximo dentro da tentativa de  reconstrução que possibilitará conhecer o modo primitivo de ser e assim podermos entender  melhor como fomos construídos,  humanos.
 05-AS POSSIBILIDADES DA FILOSOFIA CLÍNICA NO CONHECIMENTO DO PERFIL DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO DO HOMEM PRIMITIVO 
     Será possível uma construção da Estrutura de pensamento do homem primitivo com todos os tópicos da Estrutura de Pensamento? Como fenomenologicamente o mundo lhe parecia? O que ele achava de si mesmo? Como funcionava o sensorial e o abstrato, ou como isso se movimentava dentro da Estrutura de Pensamento? Como eram as emoções, pré-juizos (..) as buscas as paixões dominantes, a espacialidade e todos os 30 tópicos da Estrutura de Pensamento, se possível for, e assim traçar um perfil desta Estrutura de Pensamento do homem primitivo?  Os exames categoriais, que são “exames iniciais, consistem em conhecer o universo da pessoa a qual está inserido (PACKTER. 2005: 12). Reconstruídos com base nos achados arqueológicos, a  Estrutura de Pensamento  “nos fornece o modo como essa pessoa se estruturou a partir das vivências de seu universo” (PACKTER 2005: 12),  é uma composições de 30 tópicos que interagem entre si mostrando assim como a pessoa se molda existencialmente, que  possibilita a compreensão do modo de ser de uma pessoa
     2.1-Tópicos da Estrutura de Pensamento

1-    Como o Mundo Parece (fenomenologia);
2-    O que Acha de Si mesmo;
3-    Sensorial e Abstrato;
4-    Emoções
5-    Pré-juízos
6-    Termos Agendados do Intelecto;
7-    Termos: Universal, Particular, Singular
8-    Termos: Universal & Equívocos;
9-    Discurso: Completo & Incompleto;
10- Estruturação de Raciocínio;
11- Busca;
12- Paixões Dominantes;
13- Comportamento & Função;
14- Espacialidade: Inversão
                      Recíproca de Inversão
                       Deslocamento Curto
                       Deslocamento Longo
15- Semiosi;
16- Significado;
17- Padrão & Armadilha Conceitual;
18- Axiologia;
19- Tópico de Singularidade Existencial;
20- Epistemologia;
21- Expressividade;
22- Papel Existencial;
23- Ação;
24- Hipótese;
25- Experimentação;
26- Princípio de Verdade;
27- Análise de Estrutura;
28- Intersecções de Estruturas de Pensamento;
29- Dados de Matemática Simbólica;
30- Autogenia.

         Dentro ainda desta pesquisa científica filosófica clínica, poderemos estudar o homem primitivo que além de ter deixado fragmentos arqueológicos que nos fornece elementos para a construção da Estrutura de Pensamento, deixou também ao longo dos milênios elementos formais  para que saibamos alguns de seus submodos: as figuras rupestres, restos de  fraguimentos e objetos ao longo dos milênios que nos  falam a forma como agiam.  Os Submodos “são as maneiras como informalmente a pessoa exercita aquilo que está nela” (PACKTER, 1997: 49), e alguns elementos que nos revelam formas de submodos foram nos deixados pelos homens primitivos através de fragmentos arqueológicos na serra da Capivara e  poderemos utilizar para detectar esta forma de agir da primitividade humana e identificar os formas   de agir que informalmente  eram  utilizados por eles.

      1 Tábua de Submodos criados por Lúcio Packter
      1-    Em Direção ao Termo Singular
      2-    Em Direção ao Termo Universal
      3-    Em Direção às Sensações
     4-    Em Direção às Idéias Complexas
      5-    Esquema Resolutivo
      6-    Em Direção ao Desfecho
      7-    Inversão
      8-    Recíproca de Inversão
      9-    Divisão
     10- Argumentação Derivada
   11- Atalho
      12- Busca
     13- Deslocamento Curto
     14- Deslocamento Longo
15Adição                                                                 16-Roteirizar          
   17- Percepcionar
     18- Esteticidade
     19- Tradução
     20- Informação Dirigida
     21- Informação Dirigida
     22- Vice-Conceito
     23- Intuição
     24- Retroação
     25-Intencionalidade Dirigida
26-Axiologia    
27Autogenia                                                                    28- Espistemologia
      29- Reconstrução
      30- Análise Indireta: Função
             Ação
             Hipótese
             Experimentação
     31- Expressividade
      32- Princípios de Verdade
          
            Com um trabalho de pesquisa utilizando as formas e métodos da Filosofia Clínica é possivel, junto com o trabalho arqueológico feito na região sul do Piaui, nas serras, sítios e parques da Serra da Capivara onde está localizada os elementos arqueológicos mais antigos das américas sobre o homem americano é possivel o conhecimento sobre a  forma existencial do homem primitivo, construir o perfil da Estrutura de Pensamento do homem primitivo americano. Um dos primeiros elementos arqueológicos que pode-se usar para esta construção deste perfil, são as figuras rupestres, e objetos de  achados arqueológicos.

      O6-EXEMPLO DA POSSIBILIDADE DA CONSTRUÇÃO DO PERFIL DA ESTRUTURA DE PENSAMENTO DO HOMEM PRIMITIVO DAS AMÉRICAS

                 Pesquisas sobre o perfil da Estrutura de Pensamento do homem primitivo da serra da Capivara Piauí.

      Tópico 4 Emoções:
        Fig- 01



      
               Esta figura rupestre da tradição nordeste (GUIDON, 1985: 97) onde nesta tradição o homem primitivo exprimia suas impressões desenhando pessoas: homens, mulheres e crianças; plantas, animais e seu cotidiano (IPHAM, 1999. 05) mostra um dos primeiros beijos da história da humanidade grafados em figuras rupestres,  como uma das formas expressão emocional na linguagem do mundo primitivo, uma característica nordeste da Serra da Capivara, é possível identificar de que tradição esta figura pertence e consequentemente o costume e tradição daquela parte do povo primitivo.       Filosoficamente podemos investigar sobre as ações e acontecimentos diários dos homens primitivos a partir da reconstrução da historicidade do homem primitivo, a historicidade que  “é o modo de ser do mundo histórico ou de qualquer realidade histórica” (PACKTER, cadernos). Utilizando as figuras rupestres para uma interpretação e representação desta historicidade primitiva será partir daí a possibilidade do conhecimento da historicidade e construção do perfil da  Estrutura de Pensamento do homem primitivo.
               Segundo informações arqueológicas da tradição nordeste da serra da capivara, o homem primitivo, até partir para uma outra área do parque arqueológico em busca de sobrevivência por causa de sua maneira nômade de ser, numa grande epopéia humana,  as figuras rupestres talvez seja uma das primeiras manifestações da linguagem humana escrita em forma de desenho  a respeito da emoção amorosa humana grafada  da humanidade. O homem primitivo na tradição nordeste, desenhava seus rituais amorosos em pedras e cavernas, suas interseções com o outro, cenas de sexo, parto, caça; uma representação singular daquilo que o homem primitivo sentia de forma a fazer parte de sua representação mental em relação ás emoções e as interseções com o outro ou as coisas, as Interseções de EPs que é a relação entre os tópicos da EP.  Esta figura rupestre do beijo, não distingue se é um relacionamento entre pessoas de sexos diferentes ou do mesmo sexo, apenas o beijo na sua manifestação lingüística mais singular da primitividade humana.
Fig-02
           Esta segunda figura representa a cena do parto, e cópula sexual. (FUNDHAM 2010)

 Fig-03
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/inscricoes_rupestres.htm
          Segundo as pesquisas arqueológicas esta figura representa   visão do homem primitivo,  a interseção harmoniosa entre os filhotes e a percepção, ou representação do homem primitivo. Dentro de uma aceitação entre os animais interpreta-se uma Interseção Positiva “É aquela que é subjetivamente aprazível  às pessoas envolvidas” (PACKTER 1997,  24) no caso, pessoas e animais; entre os animais e a percepção desta harmonia representada pelo homem primitivo que .mostra uma visão positiva emotiva subjetivamente  familiar entre  o homem e os animais  (KOURYH, 2008. 25),  tal qual o homem com seus filhos. Segundo Nied Guidon o homem primitivo tinha um respeito pelos animais como parte da natureza um convívio amigável habitando todos num mesmo local e dividindo as mesmas circunstancias de sobrevivência. Diz Nied Guidon em uma carta para o homem do futuro:
                                              “No início, todos os Homens viviam como caçadores-coletores. Para adquirir conhecimento e conviver com as outras espécies da natureza, para sobreviver com os parcos recursos biológicos que tinham, esses Homens necessitavam de grande coesão social. O saber era passado dos adultos para os jovens, igualmente. Sabiam que não podiam ter proles numerosas porque, ao contrário dos outros animais, o filhote humano levava anos para aprender e ser capaz de sobreviver só. Todos executavam todas as tarefas, todos eram iguais. Os chefes comandavam com base em sua força física, que, como todos os recursos biológicos, nasce, atinge seu apogeu e definha. Assim, um chefe exercia seu poder durante um tempo limitado, até que um outro membro da tribo, mais jovem, mais forte, o suplantava. Os Homens temiam a natureza, reconheciam seu poder, um poder que, para eles, emanava de entidades sobrenaturais. E essas entidades sobrenaturais comandavam as águas, os ventos, o fogo, os astros. Seres que viviam por sua conta e cuja passagem pela vida dos Homens era eventual. Os espíritos!” (GUIDON, carta ao homem do futuro)

Fig4
Estas figuras, a seguir mostram rituais de dança do homem primitivo, exprimindo emoções e modo de ser do relacionamento humano com expressões de emoções através da dança segundo referências do contexto cultural e social da época primitriva 
         Fig 05:  Festa do homem primitivo na Serra da Capivara

http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp

        Fig-06  Caçada da onça
    

 Tópico 10- Estruturação de Raciocínio
    Fig-07

http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp

        Neste tópico identificamos um raciocínio estruturado que segundo Lúcio Packter é “feito de juízos onde o antecedente apoia a lógica subsequente”. Nesta figura o homem primitivo, em grupo,  elabora a caçada da onça (FUMDHAM), sem uma lingagem formal conhecida na contemporaneidade percebe-se uma estruturação de raciocinio coletivo entre o grupo primitivo,



06-CONCLUSÃO
             Construir o perfil do homem primitivo encontrado nas serras do sul do Piauí a partir dos achados arqueológicos é um trabalho que sua conclusão está longe de acontecer, pois  um mundo possibilidades e de pesquisas e evolução deste conhecimento está em desenvolvimento e descoberta, porém a possibilidade deste conhecimento tornar-se um marco e uma construção de uma nova visão sobre o desenvolvimento e conhecimento humano é algo que com certeza  influenciará nossa forma de ver o homem hoje. Não é possível, neste trabalho expor todo o conhecimento que esta pesquisa favorece, porém é uma forma de demonstrar a possibilidade de uma construção do conhecimento do perfil da Estrutura de Pensamento do homem primitivo,e assim passarmos a nos conhecer melhor como homens com uma linguagem formal, expressão e representatividade de mundo singularmente desenvolvida a partir dos homens primitivos,  singular ao seu tempo.
                                               

                             


                                            

  BIBLIOGRAFIA.

GUIDON, N., VERGNE, C., VIDAL, I. A. 1998 Sítio Toca da Baixa dos Caboclos. Um abrigo funerário do enclave arqueológico do Parque Nacional da Serra da Capivara. Clio Arqueológica, 13: 127-144.
SCHOPENHAUER, Arthur. 1788- 1860. O mundo como representação? Arthur Schopenhauer:: tradução M. F. Dá M. F.  a Sá  Correia. – Rio de janeiro
                            GabrielaMARTIN e Niede GUIDON, As origens das pinturas da Tradição Nordeste: e dias porá. “disponível em”: http://www.fumdham.org.br/pinturas.asp
                             http://www.fumdham.org.br/fumdhamentos_9/Artigo2%20IFRAO2009.pdf
                             Packter, Lúcio. Propedêutica – Filosofia Clínica. Florianópolis. Editora Garapuvu, 2001.
                              _______________. Revista Internacional de Filosofia Clínica. Publicação do Instituto Packter. Editora da UFSJ. São João del Rei, 2005/2006/2007.
______________. Semiose: aspectos traduzíveis em clínica. Editora e gráfica Fortaleza, 2002.
PACKTER, Lúcio, cadernos de Filosofia Clínica
KOURYH, Jussara Rocha, 1956 – Histórias do Brasil afro-indígena/ Jussara Rocha Kouryh – Recife : Bagaço, 2008 v 1. 106 p: il
V. BERNARDO, Danilo. “Diversidade morfocraniana dos remanescentes ósseos humanos da Serra da capivara: implicações para a origem do homem americano. FUMDAMentos VIII. 1970. 1, 95-106
REVISTA DE ANTROPOLOGIA, “A origem do homem americano vista a partir da América do Sul: uma ou duas migrações?”,  1, São Paulo, USP, 2007, V. 50 N° 1
RELATÓRIO, curso de Geomorfologia, Climatologia, Pedologia e Biogeografia, conforme as exigências dos Componentes Curriculares do curso de Licenciatura em Geografia.  “os relatos da visita técnica realizada para a Serra da Capivara-PI, ocorrida de 02 a 07 de Maio de 2013”. IFPE, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco- IFPE – Campus Recife.
GUIDON, “Vidas a descobrir”, disponível em:


GABRIELA, Maria. Pré História do Nordeste do Brasil/ Gabriela Martin: Prefácio de Niéde Guidon. – 5. – Recife: Ed Universitária da UFPE. 2008. 434 p. : Il