sexta-feira, 30 de março de 2012

SER PROFESSOR

     
                      

                                            "SER PROFESSOR"


           Este é um relato de  aprendizado de uma professora pública que em cada sala de aula tem de 40 a 60 alunos de todas as idades dos 15 aos 80 anos, tbm sendo professora  de crianças  de 04 a 14 anos, assim diz seu relato: "Em todos estes anos  tenho aprendido que ser professor é primeiramente  RESPEITAR O SER HUMANO, o professor percebe o seu aluno não somente da   forma como ele se apresenta,  pois não conhecemos a profundidade ou a limitação da capacidade de cada um.    Nesses  anos aprendi que a arte de ser professor é A ARTE DE OUVIR, este é o maior de todos os segredos da profissão;  a outra lição que eu aprendi foi que quanto mais você “de nada sabe” do que o aluno quer dizer mais ele se expressa e quanto mais ele se expressa mais você  o entende e assim  cria-se um elo positivo entre PROFESSOR e ALUNO e o aprendizado acontece.    Em todos esses anos tenho me surpreendido com alunos que ora de primeira vista eu dizia a mim mesma: “Este ai não vai conseguir sobreviver neste mundo tão competitivo pela forma errada dele levar a educação e a vida”, mas o tempo foi passando  e aqueles a quem eu afirmava negativamente são exatamente os que hoje   vejo trabalhando,   estudando em universidades fazendo Direito, Odontologia, Pedagogia e quando eles me vêem dizem  com alegria "oi professora, eu consegui!" e eu fico tremendamente feliz por ver que meu esforço de me dedicar horas e horas em  sermões educativos e de incentivos  em sala de aula não foram em vão e a minha teimosia de não colocar para fora de sala de aula aqueles a quem eram o tormento dela foram recompensados por EU NÃO TER DESISTIDO  DE NENHUM DELES, pois eu sabia que eles eram “seres humanos”, aprendizes da vida,  e a minha frase tão batida em sala de aula a estes alunos era: "A conseqüência do mal comportamento de vocês não será ser colocado para fora da sala de aula, a consequência  de vocês será de  ouvir meus sermões até o final do ano”...e eles ouviram...eles me ouviram... tantas e tantas vezes insistindo,  eles me ouviram;  eu não desisti, nunca, de nenhum deles, eu não os joguei para a “rua da ignorância” ausentando-os do saber, pois eu sabia que “o ser humano nunca erra quando sabe” e hoje eu sei que eles aprenderam...   eles se transformaram em grandes homens e mulheres!   Talvez você me pergunte: Sandra Sucupira, qual é a sua reclamação então?  Bem,  eu paro agora um momento para poder dizer com o coração em pesar: Quando eu vejo pessoas que se propõem a ensinar  e não tem o bom senso de primeiramente saber o que é um ser humano, o que é um aluno,  isso me choca demais, dói a minha alma, dói meu coração e ofende o  meu intelecto e consciência profissional.  Quando vejo  pessoas arrogantes  que se propõem  a ensinar, presunçosos por  pensar   que por  terem  adquirido um acúmulo de  conteúdo  em sua mente acham que estão  preparados  para ensinar e tratam o ser humano aprendiz de seus conteúdos  como objetos, como cestos  onde se colocam “coisas”, conteúdos;  tais pessoas  não foram preparadas  para lidar com o ser humano aprendiz seja ele de que idade for,  14 ou 80 anos.  Talvez você me diga que “não existe  mais professores assim”, e  eu lhe diria: Não, não existe  professores assim, realmente não existem, pois  isso não é ser professor, realmente;  porém  existem aqueles que se propõem  a ensinar seja em que esfera for da vida,  seja como instrutor de algo,  seja como um líder de um grupo de pessoas que ora liberalmente se dispõem a aprender algo e são maltratados, ridicularizados por tais “professores” que  não entendem nem o que é ensinar ou aprender, e isso me entristece, isso me dói pois todo aprendiz  tem seus limites,  e nunca, nunca, nunca devemos podar  alguém  de um conhecimento por ter limites na aprendizagem  seja ele  qual  for a dificuldade  de  obter o conhecimento  e sim auxiliar-lhes  naquilo em que ele sente limitado e nunca barrar-lhes a elevação da mente por motivos egoístas e arrogantes, pois se alguém que se propõe a ensinar como se deve a um ser humano  agir de forma contrária à possibilidade de adquirir o conhecimento ele não serve para ser um  “professor”  de qualquer coisa que seja. Hoje vemos  exemplos de pessoas que usam de anti-pedagogia  para ensinar em vários meios de comunicação, pessoas  sem nenhuma preparação pedagógica ou de alguma formação ética que direcione ao ensino e agem de forma desumana com seus aprendizes.
     No mundo em que vivemos há vários cursos, grupos de estudos na clandestinidade e estes são exemplos de posturas antipedagógicas, anti-humanas beirando a criminalidade,  pois o que há neles  na maioria das vezes é um desrespeito à maneira singular de aprender de cada um e  seus instrutores não estão preparados para entender a limitação de aprendizagem  que cada alunos tem e assim jogam seus alunos para “fora” do grupo como se dizendo que “não presta para o aprendizado” lançando assim um ser humano na “escuridão da ignorância” ajudando a escuridão humana  impedindo a evolução daqueles que por um intuído natural humano procurou a luz do conhecimento  e por  infelicidade da vida   encontrou um  desumano em pele de professor".





Nenhum comentário:

Postar um comentário